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Mostrando postagens de 2012

O ano novo e a materialização da fé

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O ano novo e a materialização da fé Ano novo chegando. Novas perspectivas, promessas, projetos, sonhos, dietas, quebra de vícios e a velha canção: “adeus ano velho, feliz ano novo, (...) muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender”. Vindas da cosmovisão do homem caído e destituído da glória de Deus, não há novidade nessas esperanças terrenas. Aliás, essas esperanças em si mesmas não são problemáticas. O que tem demandado atenção é o que as pessoas que se autodenominam cristãs têm creditado como esperança de ano novo. Recentemente, em uma rádio dita evangélica, escutei a seguinte entrevista: “- O que você conseguiu?” (pergunta o locutor). “- Eu nunca tive um carro e consegui nessa campanha” (fala o entrevistado). A programação continuou e as pessoas começaram a dizer que não tinham casa e conseguiram-na, não tinham uma empresa e conseguiram-na etc. Esse tipo de programa confronta, de maneira muito clara, a “programação” apostólica, pois os discípulos tinham tudo e Jesus di

“Águas passadas não movem moinho”

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“Águas passadas não movem moinho” Por Rev. Ricardo Rios Melo Esse ditado popular: “Águas passadas não movem moinho” é bem antigo. Retrata a ideia, como diz minha sabia avó, de que, quando alguém bate em sua porta, você não pergunta: “quem era?”; antes, “quem é”.   Parece mostrar-nos que o passado não tem importância ou, pelo menos, não deve ser um obstáculo para andarmos para frente em direção ao futuro. É claro que o passado tem importância e que não se apaga uma história. Contudo, não devemos exagerar na interpretação desse ditado; apenas usá-lo com o intuito de significar a necessidade de prosseguir em frente, a despeito de qualquer dificuldade que se tenha passado. Apesar de esse adágio servir para estimular muita gente ao longo da vida, isso parece não ser levado em conta quando alguém se converte a Cristo. É comum as pessoas falarem: “Fulano se converteu? Não acredito! Ele era a pior pessoa do mundo. Como ele pôde se converter?” O mundo pode aceitar e encobrir e

“Sem lenço e sem documento” – uma análise do crente moderno

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“Sem lenço e sem documento” – uma análise do crente moderno Por: rev. Ricardo Rios Melo Essa frase ficou consagrada na canção de Caetano Veloso, “Alegria, Alegria”, lançada em plena ditadura no ano de 1960. A música fazia uma crítica inteligente ao sistema ditatorial e aos seus efeitos devastadores na sociedade da época. Era um período difícil em que falar contra o regime imposto era perigoso e, em muitos casos, mortal. Destarte, a minha intenção é usar apenas a frase da música “sem lenço e sem documento”. Essa expressão retrata a ideia de alguém que anda sem objetos importantes para sair de casa na época da escrita. Hoje, ainda é importante sair com o documento de identidade. Alguns acrescentariam celular e acessórios; contudo, a identificação de uma pessoa ainda é uma exigência legal. Andar sem uma identificação é sempre perigoso. Se uma autoridade pará-lo, você poderá ter sérios problemas. É como dirigir um carro sem habilitação. Você pode até saber dirigir, mas você

Qual a semelhança entre Elize Matsunaga e Madre Teresa de Calcutá?

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Qual a semelhança entre Elize Matsunaga e Madre Teresa de Calcutá? Certamente, algumas pessoas se assustarão com esse título. Mas, a minha intenção é estabelecer uma reflexão sobre o ser humano. Se existissem extraterrestres e eles viessem ao mundo em dois momentos: na primeira situação em 1910, mais precisamente no dia 26 de agosto, e acompanhasse a história de Agnes Gonxha Bojaxhiu (beata Teresa de Calcutá). Certamente, voltariam para o seu planeta, caso fossem evoluídos, achando que a humanidade tinha jeito. O ser-humano seria definido como compassivo, misericordioso, propenso à fidalguia. Agnes Boajaxhiu foi um exemplo de humanitarismo e de abnegação. Se pinçássemos apenas Madre Teresa de Calcutá como a verdadeira mostra da humanidade, estaríamos perto da definição do que é o homem? Antes de respondermos, vejamos outro exemplo. A nave desses alienígenas fictícios pousa na terra em uma segunda situação, século XXI, mais exatamente em 2012. Uma jovem mulher de 30 ano

Penso, logo tenho culpa.

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Penso, logo tenho culpa. René Descartes (1596- 1650), considerado pai da filosofia moderna, postulou a seguinte “fórmula” filosófica: cogito ergo sumi (penso, logo existo).   Esse pensamento gerou o que é denominado de racionalismo .   Apesar dos pensamentos de Descartes formarem algo de suma importância para a compreensão do pensamento moderno, não é pretensão desse arrazoado falar sobre esse profundo assunto. A alusão a esse ícone da filosofia se faz, por conta de sua famosa frase: penso, logo existo. Gostaria de trabalhar com a ideia de que todo homem pensa. Logo, todo homem sente culpa. A ausência da culpa em qualquer ser humano, no mínimo, é um sinal de sociopatia ou de perversão humana. O homem sem culpa é um homem desumanizado. Talvez uma das maiores mentiras contadas ao homem pós-moderno seja a proposta de uma sociedade sem culpa; a égide social que apadrinha o egoísmo e aplaude o narcisismo patológico; o outro tornar-se apenas um objeto para satisfação do me